segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Acenbi 70 anos: gerações em prol da tradição

Associação celebra uma história de conquistas e muita luta
Fábio Alexandre


Fundada em 7 de setembro de 1947, a Acenbi (Associação Cultural, Esportiva Nipo Brasileira de Indaiatuba) celebra 70 anos de história e de muitas conquistas. Entre elas, a mais importante: a manutenção constante da cultura e das tradições japonesas entre descendentes ou não descendentes, que a cada dia procuram saber mais sobre a Terra do Sol Nascente. Desta miscigenação, surge a força de uma associação que, com o apoio irrestrito de seus associados, já faz planos para os próximos dez anos.
"Setenta anos é uma longa trajetória, onde os fundadores e diretores que nos antecederam deixaram muitas realizações relevantes e que, apesar das dificuldades daquela época, foram vencidas graças ao espírito de continuidade, respeito, colaboração e voluntariedade, que são características do povo japonês", ressalta Anésio Tadatsugo Kimura, presidente da Acenbi para o biênio 2017-2018.
Estas dificuldades não são recentes ou exclusividade da atual geração de descendentes. Em seu site oficial, a Acenbi revela os sonhos do povo japonês antes da Segunda Guerra Mundial. "Era geral o pensamento, entre os japoneses, de que trabalhariam no Brasil durante dez anos, acumulando riquezas, e retornariam de modo magistral à sua terra natal. Porém, ao término da guerra, esse sonho foi quebrado, fazendo com que muitos desistissem de voltar à sua terra natal e permanecessem em definitivo no Brasil. Para tanto, teriam que adaptar-se aos costumes daqui. Reviram o modo de viver, que consistia em arrendar um pedaço de terra e depois de um tempo mudar para outro lugar, levando uma vida de pouca estabilidade".
A história já é conhecida por muitos, mas seu exemplo de superação merece ser evidenciado sempre. Os primeiros colonos japoneses vieram à Indaiatuba em 1935. Doze anos depois, foi organizada a primeira associação, a Nihonjinkai, hoje conhecida como Associação Cultural, Esportiva Nipo Brasileira de Indaiatuba.
Coube ao imigrante Nakaji Gomassako, que até então morava em Campinas, abandonar a crise cafeeira na região e buscar um pedaço de terra para a sua família, apostando na plantação de algodão. Assim, em 1935, ele e sua família chegavam à Fazenda Pimenta em Indaiatuba, local muito requisitado devido às boas condições da linha férrea na proximidade, que permitia o escoamento do produto plantado.
Em 1941 chegavam Teruo Imanishi e Uichi Miyake, seguidos pelas famílias Takahashi e Miura, aumentando gradativamente o número de imigrantes japoneses na região, formando uma pequena colônia. As primeiras plantações de tomate começavam a se destacar, também apoiadas nas excelentes condições de transporte, permitindo às famílias nikkeis vender seu produto, mesmo com pouca área de plantio.
Escola
Em 1946, mesmo com o término da Segunda Guerra Municipal, a migração continuava a crescer e no ano seguinte, Miyoji Takahara chegava a Indaiatuba, e a Fazenda Pau Preto acolhia as famílias de Yoshiro Hayashi, Takashi Fujiwara, Tamotsu Fujiwara e Etsutaro Tumoto, todas dedicadas ao cultivo de tomate. Takahara seria o primeiro japonês a alugar um imóvel no centro de Indaiatuba.
A chegada de novas famílias evidenciou a necessidade da construção de uma escola de língua japonesa e da promoção de atividades para jovens e crianças. A solução encontrada foi estabelecer intercâmbios para a vinda de técnicos esportivos e de professores para a orientação das crianças da escola de língua japonesa. Foi assim que, em em 7 de setembro de 1947, sob a liderança de Teruo Imanishi, os japoneses se reuniram para fundar o Nihonjinkai, com a denominação Associação de Japoneses da Região Ituana.
A diretoria era formada por Teruo Imanishi (presidente), Koichi Takahashi (vice), Yassube Yoshioka (tesoureiro) e Nakaji Gomassako e Etsutaro Tumoto (conselheiros). A sede foi construída na Colônia Bicudo, na Fazenda Pau Preto, onde a maioria dos japoneses estava estabelecida.
Em novembro de 1967, a Associação comemorava seus 20 anos com a construção do prédio da escola de língua japonesa e uma morada para o professor. Três anos depois, adquiria um terreno às margens da Rodovia SP-75, com 3,6 hectares, próximo à entrada de Indaiatuba. Mas a construção do Centro Esportivo não seria fácil.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

RUA ADRIANA MUNHÓES VIADANA

ADRIANA MUNHÓES VIADANA nasceu em São Paulo no dia 14 de novembro de 1977 e faleceu aos 34 (trinta e quatro) anos de idade, em 27 de julho de 2012, em nossa
cidade de Indaiatuba.

Filha de Hernani Viadana e de D. Maria Izolina Munhóes Viadana, era solteira e não deixou filhos.

Dedicou-se aos estudos, concluindo:
•  Bacharelado em Matemática com ênfase em Computação na Faculdade de Ciências, Letras e Filosofia Sto. André, conclusão em  1999.
•  Licenciatura em Matemática — USP, conclusão em 2001
•  Habilitação em Física, conclusão em 2001

Especialização:
•  Estatística Biomédica — UNICAMP/USP, conclusão em 2005

Pós Graduação:
•  A Influência de uma Pesquisa sobre a População (UNICAMP),
conclusão em 2006
•  Álgebra linear num Prisma Geométrico (USP), conclusão em 2003

Doutorando:
Desenvolvimento de Modelo Matemático para Estudo de Micromistura em Micro reatores — Faculdade de Engenharia de Química (seria apresentado em agosto/2012) - UNICAMP

Quando faleceu, trabalhava como Professora de Matemática e Física, bem como como Pesquisadora da FAPESP/UNICAMP.

A professora deu aulas no Colégio Brasil, Colégio Meta e Polo de Indaiatuba.



Mapa de R. Adriana Munhóes Viadana - Jardim Res. Maria Dulce, Indaiatuba - SP


R. Adriana Munhóes Viadana - Jardim Res. Maria Dulce, Indaiatuba - SP

Crédito da biografia: texto do Gabinete do vereador Helton Antônio Ribeiro, na ocasião em que apresentou projeto para atribuir o nome de Adriana M. Viadana  à até então rua 11 (onze), do loteamento "Jardim Residencial Maria Dulce" em 2014.

domingo, 10 de dezembro de 2017

Entrevista com Ruy Ohtake - Exclusividade do Comando Notícia

 

“Arquitetura tem que trabalhar com sonho, ousadia”, Ruy Ohtake fala do conceito do Parque Ecológico



Na última parte do especial Indaiatuba 187 anos – Às margens do Parque do Comando Notícia, o arquiteto Ruy Ohtake conta, em entrevista exclusiva, sobre o conceito do Parque Ecológico na sua construção, 25 anos depois. Assista ao vídeo mais abaixo. Se você perdeu a primeira parte, pode assistir aqui. A segunda também está disponível aqui.

“Mais do que preservar a natureza, acho que fazer um uso adequado dela é melhor do que deixar lá. Porque fica um pouco contemplativa. É claro que tem uma parte de troca de oxigênio, mas acho que a gente tem que ter um uso adequado e não predatório, foi uma das intenções do Parque”, conta.

“Os moradores de Indaiatuba tem um orgulho do Parque que, para mim, é uma satisfação de cidadão para cidadão e também de arquiteto para uma cidade. Ter conseguido isso no Brasil, um exemplo tão integral de Parque em relação à sua cidade, é inédito”, analisa.

“Me falaram na época que o projeto era uma coisa um pouco sonhadora. Aí eu falei que se arquitetura e urbanismo não trabalharem um pouquinho com sonho, vamos fazer só dois mais dois é igual a quatro. O Brasil na época tinha 0 milhões de habitantes e eles estão esperando uma atitude um pouco mais generosas com a cidade e com a população. É pensar um pouco adiante da evolução da cidade, avançar para algo mais concreto com um exemplo que engrandeça e tenha um pouco do respeito à população”, diz.

“Algumas coisas eu aprendi com Oscar Niemeyer [quem projetou Brasília] e uma delas é fazer a criação com a maior liberdade possível. Tem algumas obras pequenas [que fiz] que tem significados interessantes como a embaixada do Brasil em Tóquio. Fui convidado pelo Itamaraty para fazer o projeto que deve ter uns cinco mil metros de construção, mas que eu fiz com a forma da arquitetura e da cultura brasileira. Ousadia é importante, fundamental, a questão de inovar e surpreender. A surpresa faz parte do trabalho que faço”, encerra.





quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Rua Yoshihisa Naruki

Yoshihisa Naruki nasceu em 25/01/1935, na cidade de Ehime no Japão,  vindo a falecer no Hospital Vera Cruz na cidade de Campinas no dia  26/05/2009. 

Casou-se com a Sra. Fumiko Tsubuhari , tendo 4 filhos: Sonia Rume Naruki, Celia Ery Naruki, Marcia Mika Naruki e Hernesto Shinge Naruki. 

O homenageado formou-se em Física e teve grandes destaque dentro da ACENBI — Associação Cultural Esportiva Nipo Brasileira de Indaiatuba, atuando como professor de língua japonesa e técnico de beisebol. 

Tornou-se professor da rede pública de ensino lecionando a disciplina de matemática. 

Na cidade de Indaiatuba, através da ACENBI concedeu ao nosso município, o Título de Campeão Brasileiro de Beisebol — Categoria Mirim. 




Crédito da biografia: texto do Gabinete do vereador Célio Massao Kanesaki, na ocasião em que apresentou projeto para atribuir o nome de Yoshihisa Naruki  à até então Rua 02 do Bairro Jardim Santorini.


Mapa de R. Yoshihisa Naruki - Jardim Santiago, Indaiatuba - SP

R. Yoshihisa Naruki - Jardim Santiago, Indaiatuba - SP

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Fundação Pró-Memória indica bens para futuro tombamento

Hoje, dia 01/12/2017, através da RESOLUÇÃO CMP nº 01/2017 publicada na Imprensa Oficial do Município, a Fundação Pró-Memória de Indaiatuba classificou mais 4 (quatro) bens como de interesse público municipal, para fins de preservação e futuro tombamento.

São eles:

1.  FAZENDA BELA VISTA, situada na Rodovia João Ceccon, s/n, Indaiatuba/SP
a.  Sede e tulha.

2.  FAZENDA CACHOEIRA DO JICA, Estrada da Ecologia, s/n°, Indaiatuba, São Paulo (Estrada Municipal Cachoeira do Jica, s/n, Bairro Tombadouro, Indaiatuba, SP)
a.  Sede e casas de pedras.

3.  PONTILHÃO DA ESTRADA DE FERRO DE INDAIATUBA,
localizado na rua 9 de julho, Indaiatuba/SP.

4.  CONJUNTO ARQUITETONICO DA PRAÇA PRUDENTE DE MORAIS, COMPOSTO POR CALÇADA DE PEDRAS PORTUGUESAS, CORETO e BUSTO VOLUNTÁRIO JOÃO DOS SANTOS.

O tombamento do consunto arquitetônico da Praça Prudente de Morais, foi indicação do vereador Alexandre Peres, conforme documentos abaixo:

- Calçadas de Pedra Portuguesa (veja aqui);
- Coreto (veja aqui) e
- Busto do Voluntário João dos Santos (veja aqui).


Veja aqui a Legislação sobre tombamento em Indaiatuba:


Lei 4355 de 27 de junho de 2003 (altera a anterior) e;


Para declarar a intenção de tombamento ou executar um tombamento de um determinado bem, a Fundação Pró-Memória, de acordo com as leis municipais, emite documentos específicos, que pode ser Laudo Técnico, Inventário, Estudo, Levantamento, etc.

O interessado em consultar um ou mais documentos ou mesmo obter uma cópia, deve se dirigir ao Arquivo Público Municipal "Nilson Cardoso de Carvalho" na Avenida Dr. Jácomo Nazário 1046, Cidade Nova. telefone 3834-6633 ou e-mail arquivomunicipal@promemoria.indaiatuba.sp.gov.br.


terça-feira, 28 de novembro de 2017

Alexandre Peres indica tombamento para preservar árvore histórica

A Câmara Municipal de Indaiatuba aprovou, na sessão do dia 20 de novembro, a  INDICAÇÃO Nº 1630/2017 que teve como objetivo propor ao Executivo Municipal que preserve a figueira (falsa-seringueira) da Rua dos Indaiás.

Muitas árvores têm sido podadas de forma drástica na cidade pela Secretaria responsável pelas podas. Embora os cidadãos, a imprensa e todas as demais mídias tenham criticado a prática e cobrado as responsabilidades, a Assessoria da Prefeitura, têm respondido e que iria "averiguar as responsabilidades" pelas podas drásticas, mas nada foi efetivamente explicitado até agora (veja reportagem da Tribuna de Indaiá originalmente publicada aqui e reproduzida no final deste post).


Abaixo, o texto da Indicação na íntegra:


INDICAÇÃO    1630  / 2017

INDICO, nos termos regimentais e após ouvida a Douta Casa, ao Exmo. Sr. Prefeito Municipal, providências junto à Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, mas especificamente junto ao Conselho de Preservação, para que seja executada a seguinte medida de interesse público: tomar medidas de tombamento (preservação) da figueira (falsa-seringueira) da Rua dos Indaiás.

JUSTIFICATIVA

JUSTIFICO que não é só o tombamento de uma “casa antiga” que busca preservar as raízes culturais de uma sociedade; que não são apenas os casarões, igrejas, estátuas, ruínas e obras produto da realização humana que são itens do patrimônio cultural brasileiro. O patrimônio cultural pode abranger ‘bens naturais’ e nesse sentido, uma árvore pode constituir elemento paisagístico, geográfico, turístico ou afetivo de destaque, o que justifica sua proteção  nos termos do artigo 216 da CF/1988.

O tombamento de uma árvore resguarda não apenas suas raízes, mas também o tronco, galhos, árvores e frutos das ações irregulares, do descaso e do descuido, além de manter longe do esquecimento todas as histórias e memórias envolvidas na espécime. Nos dois casos, tanto o tombamento de uma “casa antiga” como de uma árvore tem o mesmo fim: salvar o patrimônio histórico e natural em uma Indaiatuba que cada vez mais está tomada de concreto e de asfalto, cada vez menos com identidade histórica, sentimento e sensibilidade.

O tombamento de árvores é um processo amparado pela legislação do Código Florestal Brasileiro que diz que na prática, o tombamento é a declaração oficial de imunidade ao corte, dando à espécime garantia oficial de sobrevida, ou seja: ninguém pode destruí-la, a não ser a própria natureza. Esse instrumento legal de preservação de espécies vegetais de porte arbóreo também é fundamentado pelo artigo 7 da Lei Federal 4.771/65 do Código Florestal.

Marcos Paulo de Souza Miranda, promotor de Justiça em Minas Gerais, coordenador do Grupo de Trabalho sobre Patrimônio Cultural da Rede Latino-Americana do Ministério Público e membro do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos-Brasil), destaca que: “é necessário considerar que historicamente,  mesmo antes da instituição do regime jurídico do tombamento, o Decreto Federal 23.793/34, que instituiu o Código Florestal do Brasil, já estabelecia que”:
Art. 14. Qualquer árvore poderá ser, por motivo de sua posição, especie ou belleza, declarada, por acto do poder publico municipal, estadual ou federal, imune de corte, cabendo ao proprietario a indemnização de perdas e damnos, arbitrada em juizo, ou accordada administrativamente, quando as circumstancias a tornarem devida.
§ 1º Far-se-á no local, por meio de cercas, taboleta ou posto, a designação das arvores assim protegidas.
§ 2º Applicam-se ás arvores, designadas de conformidade com este artigo, os dispositivos referentes ás florestas de dominio publico.
Com redação similar, a hipótese de proteção foi mantida pela Lei 4.771 de 15 de setembro de 1965 (artigo 7º) e hoje está presente no já citado Novo Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651, de 25 de maio de 2012), que assim dispõe:
Art. 70. Além do disposto nesta Lei e sem prejuízo da criação de unidades de conservação da natureza, na forma da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, e de outras ações cabíveis voltadas à proteção das florestas e outras formas de vegetação, o poder público federal, estadual ou municipal poderá:
II - declarar qualquer árvore imune de corte, por motivo de sua localização, raridade, beleza ou condição de porta-sementes.
A figueira (falsa-seringueira) da Rua dos Indaiás é uma espécime que pela área de projeção da copa livre (vide imagens em anexo) bem como pela localização, beleza, raridade, antiguidade, condição de porta-sementes, interesse histórico, científico, paisagístico e condições fitossanitárias merece ser tombada, condição que lhe dará mais visibilidade, desenvolvendo assim, principalmente entre crianças e jovens, um novo olhar não só para com ela, mas que pode ser estendido para outros elementos e recursos naturais.


O vereador Alexandre Peres defendeu no Plenário que fazer o processo de tombamento das espécimes raras da cidade é uma estratégia de preservar árvores com vários atributos, entre eles o histórico, afinal não é só os patrimônios edificados que são considerados como patrimônio de interesse cultural; elementos naturais, além do aspecto ambiental, também são impregnados de significados históricos. Após fazer a defesa, e obter a aprovação da Casa de Leis, a Indicação vai para o prefeito Nilson Alcides Gaspar, que pode viabilizar o projeto ou simplesmente engavetá-lo. Vamos acompanhar e cobrar medidas efetivas para defender o Meio Ambiente e os elementos de interesse histórico em nossa cidade.

















Poda drástica de árvores nativas em via do Centro gera críticas

Espécies pata-de-vaca, na Rua Humaitá, levarão anos para florescer novamente
texto de Adriana Brumer Lourencini

Fato gerou repercussão na cidade, já que as árvores não estão doentes, 
tampouco interferem na fiação da rede elétrica.


Semana passada, um protesto divulgado nas redes sociais pelos munícipes chamou a atenção para a poda drástica realizada em árvores nativas de Indaiatuba. Trata-se de exemplares da espécie pata-de-vaca, plantadas na Rua Humaitá, nas proximidades da Rodoviária. Segundo especialista, as plantas ainda poderão levar muitos anos para florescerem novamente.
"Por se tratarem de espécies nativas, não deveriam receber nenhum tipo de poda", alerta o vereador Arthur Spíndola (PV). "A exceção ocorreria apenas se a árvore estivesse doente ou atingisse a fiação da rede elétrica, mas, nenhum desses casos se aplica ali", ressalta.
Segundo ele, o serviço da Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (Semurb) tem deixado muito a desejar. "Isso tem sido bastante complicado; basta pensarmos em outra poda estranha, que foi a realizada nas árvores frutíferas da Praça da Liberdade, e que a Secretaria disse apenas que precisou podar e pronto", replica Spíndola.

O vereador acrescenta que toda ordem de serviço neste sentido deveria passar por rigorosa análise da engenharia ambiental da cidade. "Estou certo de que se trata de problema de gestão. Além disso, vemos falta de orientação quanto às espécies adequadas para cada local; o cidadão vai lá, pega uma muda de árvore e pronto, sem saber o tamanho que ela terá, se vai quebrar a calçada etc.", argumenta.
Spíndola emenda dizendo que entrou hoje com requerimento exigindo explicações da Semurb quanto ao corte excessivo das árvores. "Caso sejam confirmadas as irregularidades, vamos às últimas consequências", assevera.
Questionada pela Tribuna, a assessoria da Semurb respondeu que tal prática não é comum por parte da Pasta; e confirmou que este tipo de poda só é aplicada em último caso, quando há riscos à população, envolvendo fiações ou mesmo quando a árvore está na iminência de queda - neste caso não havia nenhum dos dois problemas; por isso, a Semurb está apurando de quem é a reponsabilidade  pela ação para tomar as providências necessárias.
Impacto ambiental
A pata-de-vaca é uma leguminosa nativa da Mata Atlântica, presente em vários pontos da cidade. "Ela pertence à mesma família do jatobá", explica o arquiteto urbanista Charles Fernandes.
O especialista comenta ainda que a poda drástica efetuada nas árvores da Humaitá não só retirou o conforto da sombra proporcionada pelas copas como passou a propagar ainda mais o calor gerado pela estiagem. "As árvores têm a função de amenizar os efeitos da seca; porém, a poda drástica diminui consideravelmente o crescimento da planta e neste caso, elas podem levar muitos anos para florescer outra vez. E mesmo assim, jamais ficarão no formato que estavam antes", garante.
"O corte mais drástico deve ser aplicado em árvores doentes ou que ofereçam riscos.  Ali, as patas-de-vaca já haviam atingido uma altura adequada e estavam totalmente saudáveis, portanto, não justifica", reforça Charles.
O arquiteto também chama a atenção para o excesso de impermeabilização do solo. "Me preocupa muito os jequitibás da Avenida Itororó - este ano já perdemos um, pois, sem a drenagem a água da chuva está sendo direcionada para as galerias e, se nada for feito, a tendência é a de que elas desapareçam", anuncia.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Os órgãos de Henrique Lins

Henrique Lins nasceu em 6 de abril de 1906 em Bocholt, Alemanha, onde aprendeu o ofício de marceneiro e entalhador. Faleceu em 1985, em Indaiatuba.

Veio para o Brasil em 1924, para a Helvetia, colônia de suíços perto de Campinas.

O interesse pelo órgão surgiu na montagem do órgão Stehle para a Igreja Nossa Senhora de Lourdes, na Helvetia.

Após 1936 estabeleceu-se com a família em Indaiatuba, onde comprou uma marcenaria e começou a trabalhar com órgãos. 

O primeiro órgão que construiu foi para a Igreja Luterana de Friburgo, colônia alemã perto de Campinas.

Ao todo, sabe-se que construiu cerca de 30 órgãos, entre eles:

Orgão da Igreja Matriz de Altinópolis, em 1941 (depois vendido para a Matriz de Indaiatuba);
Orgão da Igreja Matriz de Avaré, em 1943;
Orgão da Igreja Matriz de Jaboticabal, em 1947;
Orgão da Igreja Matriz de São José do Rio Preto, em 1947;
Orgão da Igreja Matriz de Laranjeiras, em 1949;
Orgão da Igreja Matriz de Sertanópolis, em 1949;
Orgão da Igreja Matriz de Londrina, em 1949;
Orgão do Colégio Ave Maria, em 1950;
Orgão da Igreja Nossa Senhora da Candelária, entre 1956 e 1959 e;
Orgão Rieger da Igreja Santo Antônio do Embaré, em Santos.

Fonte: Catálogos os Órgãos no Brasil, por Dorotéa Kerr.


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Abaixo, texto de Nilson Cardoso de Carvalho, publicado no livro "A Paróquia de Nossa Senhora da Candelária de Indaiatuba - 1832-2000" (página 108):



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Catálogo dos Órgãos no Brasil


Um dos objetivos da Associação Paulista de Organistas é coletar e reunir informações sobre os órgãos existentes em nosso país. O catálogo dos órgãos no Brasil, elaborado por Dorotéa Kerr, só foi possível graças à participação e trabalho de organistas membros da APO. O Catálogo, completado em 1985 descreve 22 órgãos em todo o Brasil, fornecendo informações sobre disposição de registros, tamanho, estado de conservação e histórico. Além de ser um manual útil para organista, esse levantamento possibilita um melhor conhecimento do nosso acervo nessa área.

O mais antigo órgão de que se tem notícia está na Capela Nossa Senhora do Rosário, em Embú, antiga missão de jesuítas criada no século XVI para ensino dos índios. Com a expulsão dos jesuítas em 1791 e a consequente destruição de boa parte dos documentos e livros de registros dessa Ordem, muito pouca informação se pode colher sobre esse pequeno órgão de um teclado e apenas 5 registros. Ignora-se sua procedência e data de construção, mas pode-se supor ter sido construído lá mesmo, por algum jesuíta, por volta de 1650. Este órgão foi restaurado em 1984-85 e está funcionando naquela igreja.

Órgãos ainda datados do período colonial são encontrados em Minas Gerais. Em 1752 foi enviado de Portugal o órgão da Catedral Nossa Senhora da Assunção de Mariana, que segundo pesquisas recentes, foi construído por Arp Schnitger, o mais famoso construtor de órgãos da Europa nos séculos XVII-XVIII.

Trata-se, por tanto, de um órgão barroco, mas construído por Arp Schnitger segundo os padrões portugueses - originalmente o órgão não possuía pedaleira, o que era norma nos órgãos portugueses da época. Com a restauração desse instrumento realizada em 1984 pela firma von Beckerath de Hamburgo, Alemanha, uma pedaleira de 27 teclas foi instalada, o que permite a execução de um repertório musical mais abrangente.

Com uma bonita fachada pintada em ouro e prata em pó, é o órgão da Igreja Matriz de Santo Antônio, Tiradentes. Inaugurado em 1788, esse órgão foi encomendado em Portugal pela Irmandade do Santíssimo, e montado em Tiradentes pelo Padre Antônio Neto da Costa. Esse órgão consta de apenas um teclado, sem pedaleira. Restaurado em 1982 por uma firma alemã, está hoje em funcionamento naquela cidade.

Ainda do período colonial merecem ser mencionados os órgãos do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro e da igreja de Chagas do Seráfico Pai São Francisco em São Paulo. O primeiro, conhecido como o dragão da Coroa, porque construído dentro de uma caixa encimada por uma coroa, foi construído em 1773 por Agostinho Rodrigues Leite, importante fabricante de órgãos de Pernambuco no século XVIII. Atualmente, do órgão original restam alguns tubos do registro de Principal da fachada e as trombetas horizontais. Depois de sucessivas reformas e acréscimos de registros, esse órgão atualmente conta com 4 teclados e pedaleira, e cerca de 32 registros. Sobre o segundo órgão mencionado, em São Paulo, muito pouco se sabe. É um instrumento de apenas um teclado com 7 registros e que deve datar do final do século XVIII.

A vinda da família real portuguesa em 1808 e abertura dos portos às nações amigas, inauguram uma nova era na vida econômica brasileira, que se refletiu também sobre a construção de órgãos. A partir de 1810, comerciantes ingleses começaram a se instalar principalmente no Rio de Janeiro, e a partir de 1826 tais vantagens também foram estendidas à França e outros países. Missões de artistas, importação de músicos, divulgação da música européia, as primeiras impressoras e lojas de partituras inauguram-se a partir desse período. Não é de se estranhar, portanto, que a maior parte dos órgãos instalados a partir desse período tenha vindo principalmente da França, Inglaterra e Alemanha.

Da Inglaterra viram órgãos para as Igrejas Anglicanas de Niterói, São Paulo, Laranjeiras (SE), Recife, entre outros. Geralmente, eram órgãos pequenos, de um só teclado, sem pedaleira, conforme eram construídos na Inglaterra no século XIX.

Da França foram importados órgãos maiores do mais célebre construtor de órgãos da Europa do período Romântico: Aristides Cavaillé-Coll. Entre 1852 e 1900, 12 órgãos Cavaillé-Coll foram instalados no brasil, em Belém do Pará, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo. Eram órgãos do tipo exportação e produzidos então segundo as exigências das novas idéias econômicas - em série e padronizados.

Em São Paulo, um dos órgãos Cavaillé-Coll se encontra na Igreja São José do Ipiranga. Possui 2 teclados, pedaleira e 13 registros. Outros exemplares como esse podem ser encontrados em Itú, Lorena, Jundiaí, Salvador (BA), Rio de Janeiro. Na catedral de Campinas esta instalado desde 1883 o maior Cavaillé-Coll do estado de São Paulo, com 14 registros, 2 teclados e pedaleira. O maior deles, entretanto, está em Belém do Pará, infelizmente totalmente destruído.
A partir de 1925 houve um ressurgimento na construção de órgãos nacionais, incentivado pelas colônias alemãs e italianas, notadamente no sul do pais. Alguns organeiros vieram como imigrantes, outros vieram a chamado de igrejas e aqui acabaram por se instalar. Muitos vieram da Alemanha, como Gottholdo Budig, que montou o órgão da Igreja de Santa Cecília em 1914. Um dos mais atuantes construtores do período foi Carlos Moehrle, que trabalhava na Walcker, (grande fábrica de órgãos na Alemanha desde o século passado). Junto com Guilherme Berner, construiu muitos órgãos no Rio de Janeiro, em São Paulo, como por exemplo o órgão da Igreja do Calvário, em 1948. Este órgão possui 3 teclados e pedaleira; sua fachada e disposição dos registros foram projetadas pelo Prof. Angelo Camin.

Outros nomes merecem ser lembrados, como Henrique Lins, que veio da Áustria, e construiu vários de pequenas proporções em cidades como São José do Rio Preto, Avaré, Laranjeiras, Campinas. Edmundo Bohn, filho de alemães, que instalou uma fábrica de órgãos e harmônicos em 1934 em Novo Hamburgo (RS), e que construiu cerca de 80 órgãos por todo o país. O último foi construído em 1972 para a Universidade Católica do Salvador (BA). Os órgãos Bohn são instrumentos de dois teclados e pedaleira, planejados principalmente para atender às necessidades do serviço litúrgico.

Os italianos também fizeram-se representar. O mais atuante foi Giuseppe Pertillo, que descendia de uma família de organeiros de Nápoles. Entre muitos instrumentos construiu os órgãos da igreja da Consolação e Igreja Imaculada Conceição em São Paulo.

Entretanto, essa atividade de construção de órgãos não conseguiu se expandir, em parte por não contar com medidas legais e financeiras de apoio e por sofrer concorrência da importação de instrumentos, que até a década de 60 foi bastante estimulada.

Vigessi & Bisso, Balbiani, Tamburini foram as marcas italianas preferidas, principalmente por influência do maestro Furio Franceschini, então organista da Catedral de São Paulo. A moda era construir instrumentos gigantescos (em toda a parte era assim também), com muitos recursos e aos quais se pretendia usar todo o repertório musical para órgão.

O maior de todos esses órgãos, e atualmente fora de uso, está na Igreja Nossa Senhora Auxiliadora de Niterói, com mais de 11.000 tubos, 5 teclados e fabricado por Tamburini (1956). O da Catedral da Sé de São Paulo, instalado em 1954, é também bastante grande com 5 teclados, 120 registros e foi fabricado por Balbiani & Bossi.

Ainda Tamburini é o órgão da escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro, instalado em 1954, com 4 teclados, 64 registros. O órgão do Teatro Municipal de São Paulo, também Tamburini, com 4 teclados e 5.827 tubos, foi o último órgão de grandes proporções a ser importado, em 1968.

O segundo grupo na preferência das igrejas foi o dos órgãos alemães, principalmente da Fábrica Walcker, cujo melhor exemplar encontra-se no Mosteiro de São bento em São Paulo, instalado em 1956. Esse órgão conta com 4 teclados.

Desse Mosteiro também foi o órgão que hoje se encontra na Igreja Nossa Senhora de Fátima, um Gebruder Spaethe, 1908, já várias vezes reformado e aumentado. Estudar a história do órgão no Brasil é uma tarefa que ainda está por se fazer. Existem muitos órgãos, já existiram mais, mas pela ausência de manutenção e por condições climáticas desfavoráveis no entender de alguns, esses instrumentos acabaram danificados e perdendo-se. Por outro lado, as reformas e restauração de muitos instrumentos, significaram sobretudo ampliação e modificação do original, mas não um acréscimo de qualidade. E os problemas decorrentes dessas alterações acabaram por ocasionar, na maioria dos casos, mais frequentes exigências de manutenção. Por outro lado, a modificação ocorrida na liturgia da Igreja Católica desde o Concílio Vaticano II tirou do órgão seu espaço de atuação mais tradicional e efetiva.


A construção de um órgão de tubos, pelo seu alto custo e por todas suas ampliações estéticas sempre exigiu uma grande soma de esforços por parte das Igrejas e comunidades. Os órgãos, como os edifícios das Igrejas, representam um patrimônio social e cultural que ultrapassa o domínio religioso, para se tornar uma parte da história cultural dessa cidade.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Evento da Consciência Negra - Casarão Pau Preto

Fundação Pró-Memória de Indaiatubarealiza neste sábado (18), das 13h às 18h, no Museu Casarão Pau Preto, atividades em comemoração ao Dia da Consciência Negra. A programação será composta por diversas atividades que referenciam a influência africana na composição da cultura brasileira.
O Dia da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro em todo o país. A data homenageia o Zumbi, um escravo que foi líder do Quilombo dos Palmares. Zumbi morreu em 20 de novembro de 1695. O objetivo é fazer uma reflexão sobre a importância do povo e da cultura africanos, assim como o impacto que tiveram no desenvolvimento da identidade da cultura brasileira.
Programação
13h – Abertura do evento – Joseni da Silva Cunha
Graduada em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Nossa Senhora do Patrocínio, é especialista em educação ambiental e psicopedagogia clínica e institucional com complementação para o magistério superior pela Faculdade Internacional de Curitiba.
13h45 – Apresentação de Capoeira com o Grupo Uasambê em parceria com a Associação de Capoeira Nova Guiné e Centro Cultural Legado Negro
14h – Apresentação do Grupo de Jongo “Filhos da Semente” – Makulele
15h – Bloco escolar Batu-K@ndô: apresentação de alunos das Escolas Annunziatta Leonilda Virginelli do Prado e EMEB Profª Elizabeth de Lourdes Cardeal Sigrist, com mestre Edgar
15h15 – Equipe Oito Braços: apresentação de SambaRock com Wagner GuenOn
16h – Grupo de rap Decreto Verbal
17h – Grupo de Samba Rapadapanella
A programação inclui:
13h às 18h – Atividades
13h30 – Roda Griot – Contação de histórias com a confecção de marca-páginas – Plantas medicinais de origem africana – Cantinho “verde” da Dona Antônia com distribuição gratuita de mudas de temperos e chás medicinais
Adinkras – Pintura nas pedras
Feira de venda de livros
Venda de comidas
Venda de roupas e bijuterias
Exposição Olhares Moçambicanos – O que você vê – fotógrafo Ronny Clayton.


Aula: "Memórias Afro-descendentes em Itu: Arquitetura e Patrimônio"

Em comemoração ao mês da Consciência Negra, o Museu Republicano oferecerá à comunidade, no dia 25 de novembro, uma caminhada pelo Centro Histórico de Itu, destacando as memórias da população afro-descendente no território ituano ao longo do tempo. Para tanto, serão apresentadas pesquisas realizadas pelo ministrante junto Serviço de Documentação do Museu Republicano, narrando alguns episódios da vida cotidiana desta população na construção da cidade. 

Onde moravam e trabalhavam as quitandeiras, costureiras, os irmãos da Igreja do Rosário, em que local aconteciam as Congadas...?



A aula será ministrada pelo ituano Prof. André Santos Luigi. Bacharel (2009) e Licenciado (2010) em História pela USP. Especialista em Ensino de História pela UNICAMP (2012). Mestre em Educação pela UFSCAR, pesquisando o Currículo de História do Estado de São Paulo e o Ensino de História da África. 


Entre 2009 e 2017, trabalhou voluntariamente como Coordenador Pedagógico e professor do Cursinho Popular EPA, projeto de Extensão da FATEC Itu. Atualmente é Professor de Educação Básica, Técnica e Tecnológica no IFSP Campus Registro. É membro do Núcleo Estudos e Pesquisas sobre Narrativas Formativas, Formação e Trabalho Docente (NEPEN-UFSCar) e do Grupo de Pesquisa Educação, Territórios Negros e Saúde (ETNS-UFSCar). http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/3774546785751120




Horário: das 14h às 16h. 

Local de saída: Museu Republicano de Itu/USP 
Número de vagas: 30 
Público: todos interessados.
Atividade gratuita

Inscrições e informações: entre 17 a 24 de novembro, por e-mail, telefone ou presencial. 
edu.mrci@usp.br 
11 40230240, menu 3, Serviço Educativo
Museu Republicano de Itu/USP
Rua Barão Itaim, 67, Centro, Itu/SP.


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