sábado, 26 de novembro de 2016

ELEGIA EM MEMÓRIA DE FRANCISCA NADIR FERREIRA MENCK (CHIQUITA)

FRANCISCA NADIR FERREIRA MENCK (CHIQUITA)
PROFESSORA DE GEOGRAFIA
MEMBRO DO CONSELHO CONSULTIVO DA FUNDAÇÃO PRÓ-MEMÓRIA DE INDAIATUBA


Mensagem proferida pela professora MARTHA BARBOSA MARINHO durante as celebrações funerárias da Professora Chiquita.
Senhores e senhoras aqui presentes.
Família da professora FRANCISCA NADIR FERREIRA MENCK, a CHIQUITA.
Momento de dor, de despedida, mas também de memórias.
Eu sei que no pensamento de muitos aqui presentes, da família, dos amigos da infância e juventude surgem imagens da CHIQUITA: menina – jovem – profissional – professora de tantos… que aprenderam a respeitar a professora eficiente que lhes apresentasse o universo em todos os seus aspectos: físico, econômico, cultural a partir da realidade em que viviam.
CHIQUITA conduziu seus jovens alunos ao conhecimento da forma como viveu, com simplicidade e simpatia.
Indaiatubana da gema cumpriu seu papel até o fim: a vocação para a busca do conhecimento e a valorização das raízes culturais, históricas e porque não, ambientais da sua cidade.
CHIQUITA participou da FUNDAÇÃO PRÓ-MEMÓRIA DE INDAIATUBA desde o seu surgimento em 1994. órgão da administração municipal indireta. Acompanhou as atividades iniciais da fundação que firmou-se como Instituição que tem como compromisso a preservação da memória do Município e do seu Patrimônio Histórico Cultural.
CHIQUITA encontrou no PRÓ-MEMÓRIA o seu lugar e como entusiasmo participou como voluntária, como os demais companheiros do Conselho Consultivo e Conselho Administrativo de um trabalho que foi cuidadosamente construído.
No início das atividades nas reuniões semanais para levantamento dos acervos particulares – documentos, fotos, CHIQUITA contribui com suas memórias, fotos, informação do seu acervo pessoal, auxiliando na identificação de fotos de décadas passadas de diversas origens.
Nos últimos anos participou da Comissão de formalização dos fundos. O trabalho consistia em localizar parentesou pessoas que doavam fundos para a Fundação e solicitar dos mesmos a assinatura dos bens de doação.
Mesmo com a saúde frágil, ela cumpriu a sua tarefa.
A participação da CHIQUITA foi preciosa para a Fundação e por isso estamos aqui homenageando a nossa companheira e trazendo a sua família a nossa palavra de consolo e esperança.
O profeta Jeremias fez uma declaração sublime: ‘quero trazer à memória o que me pode dar esperança’.
CHIQUITA como cristã teve uma vida frutífera. O salmista que escreveu o salmo primeiro diz no versículo três: ‘Pois será como árvore frondosa, junto a corrente de águas, que no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha, e tudo quanto ele faz será bem sucedido.’ 
CHIQUITA teve vida plena e por certo podemos afirmar por ela:

‘COMBATI O BOM COMBATE, ACABEI A CARREIRA E GUARDEI A FÉ!’

Deus os abençoe.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Escola Maria de Lourdes S. Steffen realiza evento em alusão à Consciência Negra


A Escola Estadual Professora Maria de Lourdes Stipp Steffen realiza, no próximo sábado, das 10:00 às 16:00h o I Encontro 20 de Novembro, em alusão o mês da Consciência Negra.

Na página do evento no facebook, a chamada para o evento destaca que "no mês de novembro faremos várias intervenções com o intuito de pensar essa data tão importarte para o nosso povo. Dia 26 vamos fechar com chave de ouro!".

Confira a programação:





EndereçoRua Mestre Antônio Benedito Jesus, 174 - Jardim Marina, Indaiatuba - SP, 13343-560

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

A FESTA INDAIATUBANA PARA OS AVIADORES DO JAHU

Em agosto de 1927 uma notável festa foi realizada em Indaiatuba em homenagem aos três tripulantes do voo feito no hidroavião Jahu Savoia-Marchetti S.55, que pioneiramente atravessou o Atlântico Sul. Foi um voo histórico, o primeiro sem escalas de Gênova para Santos, e os quatro tripulantes, João Ribeiro de Barros (piloto), João Negrão (copiloto), Vasco Cinquini (mecânico) e Newton Braga (navegador) foram festejados e noticiados em várias cidades do país, inclusive em nossa cidade.



SINOS, TIROS E TE-DEUM

Assim que o Jahu partiu de Gênova, nossa cidade já começou a se preparar para a festa de aterrisagem que aconteceu na então capital brasileira, o Rio de Janeiro. Quando ocorreu o pouso, os sinos da Matriz Nossa Senhora da Candelária repicaram festivamente, teve uma salva de 21 tiros e a fábrica de artefatos de madeira Grichet, a maior da cidade até então, apitou sua sirene por muitos minutos. No mesmo dia, as 18 horas, a população foi para a Matriz rezar um solene “Te-déum”.



DESFILE CÍVICO

Após a cerimônia religiosa, a Corporação Musical 7 de Setembro comandada pelo Maestro Boffa, saiu da Matriz em passeata pela cidade, dando e recebendo simbolicamente muitos ‘vivas’ ao Brasil, ao piloto Barros e seus companheiros do Jahu.
As crianças do pequeno centro urbano de então, que contava com pouco mais de sete mil habitantes e que estudavam no Grupo Escolar que ficava do lado da Matriz, foram preparadas para acompanhar o desfile antecipada e caprichosamente pelo professor Paulo Moreira da Silva. Levaram, em marcha e atrás da banda, lanternas multicores e cartazes com dedicatórias aos ‘quatro azes’. O desfile subiu a Rua Candelária e foi até o prédio da Câmara e Cadeia, que ficava no centro da Praça Prudente de Moraes.



DISCURSOS UFANICOS

Em frente ao prédio público, teve discursos ufânicos: inicialmente o professor João Pinto Corrêa e em seguida o prefeito Major Alfredo de Camargo Fonseca, que foi prefeito de Indaiatuba durante mais de 30 anos. Segundo o Jornal Correio Paulistano, que narrou essa festa em sua edição de 10 de agosto de 1927, o prefeito Fonseca fez um discurso que mais pareceu uma oração em forma de hino para a nossa pátria. Terminado o discurso do prefeito, a Banda tocou o Hino Nacional para, em seguida, tomar a palavra o Sr. Ulysses Almeida Esmeralda.



E SEGUE A BANDA...

O cortejo seguiu, então pela rua Candelária até a sede do único jornal local. Em nome dele, quem discursou foi o professor Paulo Moreira da Silva, a quem o diretor do periódico, Lili Escobar, agradeceu.
O cortejo da banda seguido por crianças e populares aclamando os heróis aviadores foi então até a casa de José Tanclér, que na ocasião era Juiz de Paz, na esquina da rua 15 de Novembro com a rua Siqueira Campos (onde hoje é a Caixa Econômica Federal e até o início do ano era a Foto Hugo). O sr. Ângelo Bruni tomou a palavra e deu seguidos “vivas” para o Brasil, acompanhado da pequena multidão formada, inclusive, pelos operários da fábrica do Sr. José Grichet, que havia dispensado todos os operários para o evento, assim como muitos dos comerciantes e negociantes do centro, que fecharam as portas para que todos pudessem aclamar os aviadores brasileiros.



... ATÉ O BAILE


Após os últimos discursos, a população seguiu para a sede do Cine Recreio, onde a festa seguiu até tarde da noite, em animado baile.

Texto de Eliana Belo Silva
Originalmente publicado no Jornal Exemplo de 18/11/2016.




Jornal "A Rua" 21/10/1926


Jornal " A Manhã" 11/11/1926

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

FUNDAÇÃO COMEMORA TRÊS ANOS DE PARCERIA COM O PROJETO ESCOLA DO PATRIMÔNIO DA UNICAMP

A Fundação Pró-Memória comemora três anos de parceria com o departamento de História da Unicamp na realização da Escola do Patrimônio. 

Em 2016 as atividades foram encerradas no último dia 05. A Escola do Patrimônio foi uma conquista de Indaiatuba e oferece à população cursos gratuitos voltados para a questão da Preservação do Patrimônio Histórico e da Memória. Para o superintendente da Fundação, Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus, os cursos tiveram aceitação da comunidade. “Avaliamos como um sucesso essa parceria com a Unicamp, pois com a procura podemos dizer que as pessoas aceitaram muito bem essa nossa atividade”, comenta. 


Durante os três anos foram mais 20 cursos voltados para várias temáticas, atendendo o público geral e específico, como foi caso dos cursos voltados para professores. Gustavo afirma que em três anos foram mais de 800 pessoas que fizeram o curso. 


Em uma das oficinas, a ministrada pelo pelo Professor Doutorando André Graziano da Faculdade de Educação da Unicamp denominada Educação, Patrimônio e Meio Ambiente os participantes retrataram o Casarão através de desenhos. Veja mais desses desenhos aqui.

“Em 2017 daremos continuidade as atividades. 

Tais cursos colocaram de vez a Fundação como instituição referência na preservação educação patrimonial nacional”, comemora. 












quarta-feira, 16 de novembro de 2016

PRÉDIO DA CASA DA MEMÓRIA DE INDAIATUBA É PREPARADO PARA RECEBER COBERTURA

A construtora responsável pela obra da Casa da Memória de Indaiatuba conclui nesta semana a concretagem das vigas de estrutura para cobertura do prédio. Os trabalhos também estão concentrados no acabamento e a pintura interna já foi iniciada. No local funcionará a Biblioteca Municipal e o Arquivo Permanente da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. O investimento na obra é de R$ 4.936.479,01, com previsão de conclusão até o final deste ano.
Entre os serviços em andamento no prédio localizado na rua Vitória Régia, no Jardim Pompéia, também estão a montagem do elevador, o piso interno, instalação de caixilharias e o forro de gesso.
Com quatro pavimentos, o projeto da Secretaria de Planejamento Urbano e Engenharia possui 3.221,65m² de área construída, sendo 1.807,64m² de área útil de arquivo. O terreno é de 2.720,00m².
A Biblioteca, a administração e o almoxarifado ficarão no pavimento inferior, que terá acesso pela Rua das Camélias. Já o Arquivo Intermediário ficará no pavimento térreo, com acesso pela rua Vitória Régia.
O acesso público do prédio será no primeiro pavimento, também pela Rua das Orquídeas. Nele funcionarão a recepção; sala de consulta; Arquivo Permanente; copa; sala de leitura interna e sala de leitura externa.
No segundo pavimento, cujo acesso será exclusivo pela parte interna, ficará o Arquivo Intermediário. Todos os pavimentos oferecerão sanitários para funcionários e sanitários públicos acessíveis. Também serão instalados dois elevadores, sendo um deles interno de serviços e outro externo do tipo panorâmico para o público.
Segundo o secretário de Planejamento Urbano e Engenharia, o arquiteto Rubens Oliveira a Casa da Memória foi o primeiro prédio público do município a receber a laje nervurada, que tem como principal vantagem a possibilidade de trabalhar vãos maiores de forma mais econômica.
Além da elaboração do projeto, a fiscalização da obra também é de responsabilidade da Secretaria de Planejamento Urbano e Engenharia.

Foto
Foto: Eliandro Figueira - SCS/PMI

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Sobre a vulnerabilidade de nossas crianças


NOSSAS CRIANÇAS



Indaiatuba, abril de 1879.

Em abril de 1879, em uma fazenda cujo nome não foi registrado, três crianças brincavam correndo em um pasto. Estando um deles com uma faca na mão, foi seguido por outro, quando, virando-se de sopetão, o feriu mortalmente. Antes de sucumbir, a vítima declarou que o seu companheiro não era culpado. O fato causou estranheza e perplexidade, uma vez que, inicialmente publicada essa notícia nos jornais de Itu e Campinas, foi replicada por vários outros periódicos do país, sendo lida até no Jornal da Tarde (SP) na edição de 05 de abril do mesmo ano.

Indaiatuba, outubro de 1884.

Em outubro de 1884, na fazenda de Felipe de Almeida Campos, uma criança de 9 anos entrou em uma senzala e matou, a tiros, uma outra criança de 1 ano. O fato causou estranheza e perplexidade, uma vez que, inicialmente publicada essa notícia nos jornais de Itu e Campinas, foi replicada por vários outros periódicos do país, sendo lida até no Jornal do Recife (PE) de 04 de outubro do mesmo ano.

Indaiatuba, março de 1886.

Em março de 1886, Anna Maria de Jesus, uma mulher de ´trinta e tantos anos´ vendeu a ´pureza´ da filha dela de apenas 11 anos para Manoel Ferreira Novo, de 40 anos. O fato de a mãe ter ´mercadejado’ pessoalmente a ‘honra’ da menina, causou estranheza e perplexidade, uma vez que, inicialmente publicada essa notícia em jornal de Campinas, foi replicada por vários outros periódicos do país, sendo lida até no Diário de Notícias, do Rio de Janeiro (RJ), na edição de 18 de março do mesmo ano.

Indaiatuba, novembro de 1952.

Em novembro de 1952, em uma fábrica de artefatos de madeira, aqui em Indaiatuba, foi deflagrada uma greve para reivindicar aumento de salário. Os funcionários que aderiram ao movimento foram apenas do sexo masculino, sendo que as mulheres e as crianças operárias continuaram trabalhando. O fato causou estranheza e perplexidade, uma vez que, inicialmente publicada essa notícia nos jornais da região, foi replicada por vários outros periódicos do país, sendo lida até no Diário de Pernambuco de 06 de março do mesmo ano.

OUTROS TEMPOS...

Em outubro de 2016, aqui em Indaiatuba, os pais das crianças que estudam na escola Ambiental Bosque do Saber, receberam comunicando no qual foram informados, sem consulta prévia, que seus filhos serão transferidos para outras escolas.
Logo em seguida, em novembro de 2016, aqui no Brasil, o juiz da Vara da Infância e Juventude Alex Costa de Oliveira, do Distrito Federal, AUTORIZOU e MANDOU cumprir práticas de tortura para convencer a desocupação das escolas, feitas por jovens secundaristas em protesto contra a PEC 241. Ordenou corte de fornecimento de água, energia elétrica e gás , proibiu o acesso de terceiros (incluindo os pais), proibiu a entrada de alimentos e autorizou o uso de instrumentos sonoros contínuos para impedir o sono. Os menores estão ocupando as escolas no Brasil inteiro, para impedir que as escolas continuem a mergulhar em uma crise onde faltam professores, materiais, estrutura de diferentes meios e principalmente, valorização e dignidade.

...AS MESMAS ATITUDES?

Até quando continuaremos a ter APENAS atitudes de estranheza e perplexidade diante dos fatos que vulnerabilizam nossas crianças?

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Texto de Eliana Belo Silva, originalmente publicado na coluna semanal 'Identidade Indaiatubana' 
da autora no Jornal Exemplo (Indaiatuba) em 04/11/2016

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