quarta-feira, 4 de maio de 2016

FAZENDEIROS DE NOSSA TERRA – Séculos XIX e XX

No final do século XIX, quando chegaram os imigrantes e no início do século XX, no período onde a industrialização começava a se destacar no Brasil e, portanto, a agricultura ainda era o forte em nossa economia - principalmente com a cafeicultura  - tivemos, em cada uma das regiões rurais de nossa Indaiatuba, fazendeiros que se destacaram não só pela sua importância econômica, mas pela liderança que exerceram como políticos partidários ou não-partidários, sendo reconhecidos como representantes de seus bairros ou comunidades. Apresento cada um deles de forma resumida hoje, e a partir da semana que vem, cada um deles de forma um pouco mais abrangente.

Chico de Itaici

Francisco José de Araújo era português de nascimento e chegou no Brasil, em Itaicy, em 1859, onde fez fortuna com o comércio e com a agricultura de frutas e sementes, chegando a participar de grandes exposições e exportar através do porto de Santos com sua empresa Araújo, Tavares & Co. Era muito popular na região, tinha um restaurante muito frequentado na Estação Ferroviária de Itaicy, da Linha da Ytuana e recebia em sua casa políticos e pessoas de influência da província de São Paulo. Era também chamado de “Barão de Itaicy”.



 Chico de Itaici no Largo da Matriz, em sua casa urbana
(ele é o qu está sentado, de chapéu, com crianças em volta no lado direito)






Casas geminadas construídas por Chico de Itaici no Largo das Caneleiras,
no Largo da Igreja São Benedito, em Indaiatuba (atualmente estão bastante descaracterizadas)

    

Antonio da Helvetia

Antonio Ambiel pertencia a uma das quatro famílias que fundou a colônia Helvetia, os Amstalden, Bannwart, Wolf e a dele, Ambiel. Antonio destacou-se pela influência que tinha com o governo da província, especialmente na pasta da Agricultura. Conseguiu por muitas vezes trazer benefícios pedagógicos de caráter agrícola para a Escola Colonial Helvetia, que tinha, inclusive, um subsídio financeiro que poucas escolas da província conseguiam ter. A grandiosidade de sua influência pode ser ilustrada quando conseguiu estabelecer a estação ferroviária da Sorocabana em Helvetia, ganhando uma disputa com os moradores de “Vira-Copos”, que também pleiteavam com unhas e dentes a instalação da estação naquele bairro.

Totó Sampaio de Pimenta


Antônio de Almeida Sampaio, era considerando tão importante que era chamado de “Coroné” Totó Sampaio. Talvez tenha sido o maior proprietário de terras da região, dono das fazendas Pimenta, Grama, Santa Rita,Ingá-Mirim e Sitio Grande, tendo esta última sido a sede da grande propriedade agrícola do seu avô materno, Capitão-Mor João de Almeida Prado. "Coroné" Totó Sampaio trabalhou desde menino na lavoura, frequentou muito a cidade de “Ytú” e faleceu em sua fazenda Pimenta em 3 de novembro de 1910, após ter sido presidente da câmara de Itu.


Joaquim da Fazenda Bicudo

Joaquim Emigdio de Campos Bicudo talvez seja, de todos, o mais conhecido dos indaiatubanos, ou o que esteja mais próximo do conceito que temos de “história” ou de “patrimônio histórico”. Ele foi dono da Fazenda onde hoje está o nosso querido Casarão Pau Preto. Foi uma das figuras mais importantes da “Vila de Indaiatuba” na segunda metade do século XIX. Seu nome está presente a todas as atividades de interesse relevante para a comunidade na época. Foi coletor de rendas gerais e provinciais, comerciante, fazendeiro cafeicultor e industrial em Indaiatuba.




Eliana Belo Silva
 (texto publicado originalmente no Jornal Exemplo de 18/06/2015)

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