terça-feira, 10 de março de 2015

Homeopatia - O pioneiro em Indaiatuba

Eliana Belo Silva

A homeopatia é uma terapia iniciada em 1796 por Samuel Hahemann (1755-1843) com base no princípio grego similia similibus curantur (o semelhante pelo semelhante se cura), ou seja, o tratamento se dá com a mesma substância (ou muito similar) que produz o sintoma num indivíduo saudável administrada de forma muito diluída. 

Há opiniões divergentes quanto ao tratamento homeopático: parte da comunidade médica considera o tratamento como uma pseudociência ou até charlatanismo, enquanto outra parte considera funcional, inclusive há países que reconhecem a prática e já incluíram em seus sistemas de saúde pública, como é o caso do Reino Unido, França e Alemanha. 


No Brasil, ela é considerada uma especialidade médica desde 1980, é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina e foi incluída no Sistema Unico de Saúde (SUS) desde 2006.

SAMUEL HANEMANN
Fonte: http://www.general-anaesthesia.com/images/samuel-hahnemann.html


PIONEIRO NO BRASIL

A homeopatia foi introduzida no Brasil pelo médico francês Dr. Benoit Jules Mure (1809-1858), chamado por aqui de “Bento Mure”. Consta que ele iniciou sua carreira após ter sio curado de tuberculose pelo médico médico homeopata Conde Sebastien Gaeten Salvador Maxime Des Guidi (1769 – 1863), discípulo do próprio patrono da homeopatia, Samuel Hahnemann. 

Fundou, em 1840, na cidade do Rio de Janeiro, a primeira escola para o ensino dessa técnica – o Instituto Homeopático do Brasil, trazendo, para viabilizar o curso, os insumos da Europa. Com seu amigo e entusiasta da terapia, o médico português naturalizado brasileiro Dr. João Vicente Martins, ministravam cursos e testemunharam o crescente interesse dos farmacêuticos contemporâneos.


Dr. Benoit Jules Mure
http://www.homeopatia.med.br/


EM INDAIATUBA

José Manoel de Camargo, o Capitão Camargo ou Juca Ferreiro, embora ituano de nascimento, viveu por muitos anos em Indaiatuba. Ele era um dos republicanos da “velha guarda” e abolicionista atuante. Após a proclamação da república, deixou de participar da política e recusava-se a receber nomeações. 

Trabalhava em sua oficina mecânica consertando “de tudo um pouco” e tinha, em sua casa um dispensário com “preciosidades médicas e farmacêuticas”. 


Consta que tanto ele quanto sua esposa, Isabel de Arruda Penteado, estudavam, de maneira informal, a homeopatia, sendo, por isso, procurado pelos cidadãos indaiatubanos acometidos de moléstias, em uma época que não tínhamos hospitais e médicos formados, raramente eram vistos por aqui.

FAMÍLIA NUMEROSA

Consta ainda que era alegre e comunicativo, que gostava de artes e frequentava saraus, sendo sempre bem-vindo por seu gosto apurado. Quando faleceu, aos 86 anos no ano de 1926, estava morando em Rio Claro.

Com  a esposa Isabel de Arruda Penteado (que havia falecido em 1922) teve os seguintes filhos seguintes filhos: Manuel de Arruda Camargo (casado com Amélia Krahenbuhl Camargo), maria de Camargo Gaertner (casada com Hermann Gaertner), Ana de Camargo Taborda (falecida), Amélia de Camargo Xavier (casada com Cherubim Xavier de Mendonça), escolástica de Camargo Blumer ( casada com Martins Blumer) Antonio de Arruda Camargo (falecido), Luiz de Arruda Camargo (casado com Argentina di Nardi Camargo) Eunice de Camargo Campos (casada com José Firmiano de Campos, agricultor em Itaici) e José de Arruda Camargo. Deixou quarenta netos e dezoito bisnetos.

Se sepultamento foi acompanhado por muitos protestantes de Rio Claro, sendo que a família era dessa religião. Amigos de Indaiatuba também foram dar o último adeus ao homeopata.


Originalmente publicada na Coluna  "Identidade Indaiatubana" - Jornal Exemplo de 04/03/2015 

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