sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Família Ambiel: para eles, pedalar é preciso

 Há quase cinco décadas a BICICLETARIA AMBIEL faz da bicicleta um veículo que transpõe a passagem dos anos


                                                                                      Publicação original: REVISTA IMEDIATA

Coluna: Famílias Tradicionais
Texto de Beatriz Silva


(...) Os imigrantes suiços vieram para o Brasil, entre outros motivos, por causa de um período econômico de crise advindo de conflitos causados pelas "guerras nopoleônicas".
 A partir daí, o Brasil tornou-se refúgio poro os imigrantes suíços, que passaram o ocupar os fazendas e empregar suas forças no agricultura, principalmente depois do abolição dos escravos. E foi atraído por melhores condições de vida, em território brasileiro, que o família Ambiel atravessou o oceano há mais de 100 anos.

Em 1888, os novos colonos suíços instalaram-se também em lndaiatuba e fundaram uma colônia. "O meu bisavô e  integrantes dos famílias Amstalden, Bannwart e Wolf decidiram comprar o sítio Capivori-Mirim e parte do sítio Serra D'Água, ao longo do Rio Capivari Mirim e fundaram o colônia Helvetia, que há anos mantém viva os tradições suíças", revelou o comerciante Luiz Antônio Ambiel.

A colônia dos imigrantes suíços aos poucos foi tornando-se o berço paro os novos membros do família Ambiel, entre eles Áureo Ambiel, filho de Antônio Ambiel e Tereza Amstalden. "Meu pai nasceu e cresceu no sítio, em Helvetia. Mas, em 1951, ele teve de sair de caso paro servir ao Exército e em um de seus retornos ele participou da prova de ciclismo do cidade", conta o comerciante.

Em 1950, ocorreu o primeiro edição do Prova Ciclística 1°de Maio - que continuou sendo realizada anualmente . Na segunda edição, Aureo Ambiel foi um dos participantes do evento. "Meu pai venceu a prova de passeio do categoria amador. No entanto, essa foi o único competição em que ele disputou", diz.

Mais tarde, Ambiel deixou o serviço militar, começou o trabalhar numa fábrica e, em 1957, casou-se com Helena Stefanelli, com quem teve quatro filhos: Luiz, Fátima, Áureo e Alberto. 

Anos depois, o patriarca do família deixou o emprego para trabalhar no comércio, ao lodo de sua esposa. "Quando meus pois casaram-se minha mãe possuía uma loja que vendia roupas, materiais para costura e peças de bicicleta. Lembro que vendiam também no feira e nos sítios mais distantes", recorda.

Até que, em 1964, o casal decidiu fechar o loja de roupas e abrir o Bicicletaria Ambiel

"As vendas de peças de bicicleta começaram o aumentar e meu pai resolveu montar a bicicletaria . Havia outros bicicletários no cidade, porém todos fecharam e desde aquela época apenas o nosso continuou aberto".

Aos treze anos de idade, o primogênito do família começou o ajudar seu pai no comércio. "Eu estudava e nos horas vagas... brincava de soltar maranhão (pipa), andava de bicicleta e jogava bola no Praça São Benedito, além de trabalhar na bicicletaria", conta.

O comerciante  revelou ainda que no sua  infância gostava  muito  de passear de bicicleta pelos ruas de terra do centro do cidade. ''A bicicleta me proporcionava uma sensação de liberdade e mesmo depois de ter estudado, me formado e trabalhado em algumas empresas eu não consegui deixar de lodo o bicicletário".

Em 1985, Ambiel passou o cuidar do loja ao lodo de seu irmão. Dois anos depois, casou-se com Elisabeth, com quem tem dois filhos: Mateus e Ana Helena. E, em 1990, viu os manutenções e vendas de bicicleta em seu comércio cresceram ainda mais. "No década de 90 surgiram os mountain bikes e todo mundo queria comprar uma bicicleta nova. Isso sem contar o grande quantidade de consertos em bicicletas e mobiletes", lembra o comerciante, que acrescentou: "antes o bicicleta era um meio de transporte muito utilizado, entretanto, hoje, sua função é mais paro lazer, esportes ou para percorrer pequenos distâncias".

Mais tarde, Ambiel tornou-se o único responsável pelo administradão do bicicletário. "Meu irmão deixou de trabalhar no loja, mas eu continuei com meu pai sempre ao meu lado. Mesmo aposentado ele ainda permanece aqui", diz.


O comerciante que  mais de 47 anos tem sua loja instalada no mesmo local observa a transformação ocorrida no município e no vida dos moradores nos últimos décadas. ''A cidade cresceu e os distâncias aumentaram, contribuindo paro uma diminuição no uso do bicicleta. Os meios de transporte coletivos e a compra de veículos como carros e motos também o tornou dispensável. Ainda quem depende dela, porém não é mais como no passado. Apesar de tudo, acredito que ainda há espaço no mercado para esse tipo de comércio. Entretanto, é uma área que requer muito investimento", pondera.



 Por fim, como diria Albert Einstein: "Viver é como andor de bicicleta: E preciso estar em constante movimento paro manter o equilíbrio".



E para Ambiel movimentar-se significa transpor o ação do tempo e manter o legado deixado por seus antepassados entre os novos gerações. "Meu desejo é ver o minha família sempre unida, feliz e lutando paro preservar os nossos tradições", finalizou.





As imagens abaixo são do acervo pessoal da Família de Áureo Ambiel

(cedidas para Revista Imediata)

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