quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Helvetia Polo: um refúgio nobre

Para chegar à origem do que hoje têm-se como um empreendimento imobiliário de sucesso é preciso mergulhar na memória de pessoas que têm a cultura e a tradição ligados a um esporte: o polo.


Nunca um bairro esteve tão ligado a uma prática esportiva como é o caso do Helvetia Polo, onde instalaram-se residências com altíssimo valor agregado, que deram ao bairro todo o charme e glamour do polo equestre.


A história do bairro Helvetia começou em 1854, quando famílias do Cantão de Obwalden, na Suíça, chegaram ao Brasil para trabalhar em Jundiaí. Alguns anos mais tarde, em 1888, alguns descendentes compraram o Sítio Capivari Mirim e derem início à colônia Suíça na região.

A princípio, a propriedade não tinha nome mas, respeitando as origens étnicas e a experiência histórica e cultural dos fundadores Ambiel, Amstalden, Bannwart e Wolf, começaram a chamá-la espontaneamente pelo nome até hoje adotado: Helvetia. No entanto, a origem do Helvetia Polo, parte luxuosa do bairro, está distante das tradições suíças, estando intrinsecamente ligada a um esporte praticado por famílias tradicionais e da elite.


A história do bairro Helvetia Polo, bem como a do Helvetia Polo Country Club, está relacionada a um grupo de entusiastas movidos pelo esporte. Sua origem está inserida à ascensão do polo em São Paulo e ao número insuficiente de campos na capital para suprir a necessidade dos jogadores.

Seduzidos pelo clima agradável e pelo baixo índice pluviométrico propício para a prática do esporte, as tradicionais famílias passaram a estabelecer casas em volta do clube, inaugurado em maio de 1975.

Visualizando a demanda por novos campos para a prática do esporte, o empresário Giorgio Moroni idealizou um empreendimento em que pudesse desenvolver campos de polo no interior do Estado. O local escolhido foi Indaiatuba, onde encontrou a propriedade ideal em uma área pertencente à colônia suíça, por isso o nome Helvetia. Com apoio de nomes importantes como os irmãos Souza Aranha, a família Diniz, Decito Novaes, Carlos Baptistella, Ronnie Scott, José Kalil e os Mansur, o negócio prosperou e se desenvolveu.
















                   Imagem do loteamento inicial do Helvetia Polo - Década de 1970

“Quando perceberam que o país tinha potencial no esporte, precisavam encontrar um local que fosse viável para os campos de polo e com facilidade no acesso aos outros países que representam o esporte. No meio disso, estava Helvetia. Sem contar o clima da cidade, que é muito bom. Com um nível de chuva regrado e excelente para o polo”, conta o administrativo da IGP Consultoria Imobiliária, Pierluigi 'Poy' Clini.

Indaiatuba virou, então, o ponto de encontro dos polistas. Outro ponto importante e que fez o município ser escolhido como refúgio das mais tradicionais famílias de São Paulo foi o acesso facilitado às principais rodovias do país, como Anhanguera, Bandeirantes, Castelo Branco, Santos Dumont, Dom Pedro I, Rodovia do Açúcar e outras. Tudo isso, somado ao clima favorável, atraiu os polistas para o interior e hoje Helvetia é considerado o maior centro de polo do Brasil.

Detalhes

O empresário Rafael Palma, o qual já foi presidente do Helvetia Polo Country Club por três vezes, reforça o início da história do bairro, estimulada por Giorgio Moroni. “Ele visualizou uma oportunidade de fazer um empreendimento utilizando o Polo e todo o seu charme”, diz. Palma explica que como os alqueires foram comprados no bairro Helvetia, da colônia suíça, manteve-se o nome e incorporaram o ‘Polo’ devido a presença do esporte no local, através da instalação do clube. 

Imigrante italiano e com passagens pela Argentina e Uruguai, Giorgio Moroni comandava no Brasil uma indústria de aço e era fanático por esportes. Em 1975, juntamente com os irmãos Souza Aranha, Moroni comprou 40 alqueires de terra na colônia suíça de Helvetia. “Com metade do lote, os Souza Aranha criaram a chácara Casa Verde. Já o Giorgio utilizou seus 20 alqueires para lançar o primeiro campo de polo do local, bem como fundar o Helvetia Polo Country Club”, conta Palma.

Giorgio Moroni

Segundo ele, a vida de um polista é uma eterna paixão pelo cavalo. Então, as famílias tradicionais ligadas ao esporte visualizaram a hipótese de comprar áreas maiores no Helvetia Polo para fazer seus próprios campos, pois o local contava com toda a estrutura necessária para a prática deste. 

E foi o que ocorreu. 

“Como os polistas queriam ficar próximos aos campos, foi se formando grandes loteamentos ao redor do clube”, comenta Mirian Campregher, proprietária da Imobiliária Z10. “Foram estes loteamentos que alavancaram o bairro Helvetia Polo”, completa Palma.

A valorização no mercado imobiliário

Para 'Poy', a vinda das tradicionais famílias valorizou muito o bairro. “O Helvetia Polo hoje é uma referência, porque é um loteamento de arborização fantástica e terrenos grandiosos”, diz. “Tudo isso pois concentrou-se aqui, principalmente nos últimos 30 anos, um investimento maciço de todas as famílias polistas como Diniz, Mansur, Souza Aranha, Palma, Matarazzo, Junqueira. Assim, já na década de 80 e 90, conseguimos transformar o Helvetia em um clube que é considerado o centro de polo do país”, afirma Rafael Palma.

Todo o glamour que existe entorno do esporte, acabou sendo levado para o bairro, que ganhou destaque e valorização na cidade. “O glamour e luxuosidade ligada ao bairro Helvetia Polo vem do fato de que ele foi o primeiro condomínio com campo de polo particular; depois, porque lá vivem família tradicionais da elite paulista”, declara Poy. “Foi através do polo que os terrenos ao lado seguiram esta valorização”, complementa Campregher.

Não há dúvidas de que as propriedades de alto valor agregado foram as responsáveis por valorizar também os bairros em seu entorno. Prova disso, são os inúmeros condomínios que se instalaram nas proximidades. “Essas áreas se beneficiaram do nome e glamour do Helvetia Polo”, alega Rafael Palma.  “Como ele foi o primeiro loteamento, o pessoal que jogava polo acabava indo para lá. Foi meio que automático. O fato da existência do clube ligado ao esporte no local agrega um valor ao bairro, sem dúvida alguma. Isso é marketing. E deu certo”, ressalta 'Poy'. “Acredito que a intenção nem era tornar o Helvetia Polo um bairro luxuoso mas aconteceu, devido a presença do clube e das famílias tradicionais”, acrescenta. 

Concebido para o lazer específico de polo, o Helvetia Polo, que no ano passado completou 35 anos de existência, é sem dúvida alguma um dos bairros mais tradicionais da cidade. “Não importa o tempo que passe, ele sempre será o Helvetia Polo com todo seu charme, luxo e glamour. Ele é uma grife e isso não vai mudar”, diverte-se 'Poy'. “Helvetia não é hoje o bairro mais valorizado da cidade, mas é o mais bem conceituado e de prestígio, sem dúvida. Continua tendo o glamour e sendo exclusivo em relação ao tamanho de seus lotes”, ressalta.

Todo este glamour do Helvetia Polo tem berço. Se não bastasse ocupar uma região habitada por uma comunidade suíça e ter sido fundado por representantes das mais tradicionais famílias brasileiras, o polo tem sua origem na família real inglesa, fazendo do bairro,  definitivamente, um refúgio nobre.


O esporte

O polo trouxe um desenvolvimento fantástico para a cidade, sem contar a visibilidade que Indaiatuba ganhou por se tornar referência mundial no esporte. “O polo de Helvetia é o maior centro do esporte no Brasil. E no mundo têm poucos clubes tão bonitos quanto o Helvetia Polo Country Club”, afirma Palma.

Visto como uma prática esportiva transmitida de geração para geração, em termos de estrutura, o polo é um esporte caro. “Mas não com os números estrondosos que normalmente especulam”, ressalta Palma. “Ele é caro porque envolve uma série de coisas. Primeiro, a temporada no Brasil é uma das maiores do mundo, onde joga-se de março até novembro. Para aguentar a temporada inteira precisa-se de no mínimo 12 cavalos. Além de ter peticeiro e ajudante, uma estrutura de cocheira, ração, veterinário e uma séria e outras coisas. Então, o polo, indiscutivelmente, é um esporte seletivo”, explica o empresário.




Texto originalmente publicado na Revista Exemplo Imóveis 
Agradecimentos: Sr. Aluísio Williampresidente do Grupo AWR
Débora Andradesjornalista.


Por Gabriela Virdes


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