domingo, 17 de novembro de 2013

20 DE NOVEMBRO – DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA: NÓS APENAS COMEÇAMOS! *

Reconhecer e valorizar a luta do povo negro 
é avançar na luta contra a discriminação e o preconceito.



 Mais de um século se passou e a única garantia que a população negra obteve com o fim da escravidão foi a mais completa exclusão. Os negros ainda apresentam menor grau de escolaridade, por isso são os que amargam o maior desemprego e, quando empregados, trabalham mais, recebem menos, têm maior dificuldade de ascensão funcional, e levam mais tempo para se aposentar. O mesmo acontece de forma bastante acentuada com as mulheres negras, que se encontram em condições de trabalho ainda mais precárias. Já entre os jovens é a violência que assola: 75% dos jovens que sofrem ou sofreram algum tipo de violência são negros. Diante este quadro, o Mandato do Vereador Derci de Lima (PT) realiza uma série de atividades políticas e culturais, em Indaiatuba, nos dias 20, 22 e 23 de novembro, em comemoração ao Dia da Consciência Negra.
Na abertura das atividades, no dia 20 de novembro acontece o debate “Construindo o 20 de novembro – Dia da Consciência Negra”, a partir das 19hs30, na Câmara Municipal de Indaiatuba. 
No dia 22 de novembro, às 19hs00, haverá muita música na Praça do Cato (CECAP) com apresentações do Bloco Afro Indaiá; shows de Rap com os grupos Maalik MC, OMega Rap e DK Deiwis Fernando; Roda de Samba com o professor Rodrigo; Velha Guarda do Pq. Das Nações; Samba Meu & Seu; Grupo Primaz; Toninho do Cavaco e muito mais! 
No dia 23 de novembro, às 09hs00, as comemorações se encerram com a Marcha da Consciência Negra. A concentração começará no Sindicato dos Servidores Públicos, que fica na Rua 05 de Julho, nº 1552 (em frente ao Colégio Áurea), onde os participantes caminharão até a Praça Prudente de Moraes, onde haverá uma grande Roda de Capoeira, apresentação de Jongo e do Grupo Afro Indaiá.
Muitos debates e muitas lutas terão que ser feitas para superarmos o racismo e o preconceito enraizado, e alimentado, em nossa sociedade, sobretudo pelo sistema capitalista. Nós apenas começamos!
EM DEFESA DO FERIADO
O Poder Público tem a obrigação de se engajar na causa da população afrodescendente no Brasil. Nesse sentido, a instituição do feriado municipal de 20 de novembro – Dia da Consciência Negra –, transforma-se num importante momento para reconhecer e valorizar a luta do povo negro contra a opressão; intensificar o debate contra toda e qualquer forma de discriminação, inclusive contra a exploração capitalista.
O PROJETO DE LEI 02/2013
No dia 30 de janeiro, o Mandato do Vereador Derci de Lima (PT) apresentou à Câmara Municipal de Indaiatuba o Projeto de Lei 02/13, o qual determina que o dia 20 de novembro – data da morte do líder quilombola Zumbi dos Palmares e Dia da Consciência Negra –, seja instituído como feriado municipal.
A maior parte dos feriados de Indaiatuba foi decretada pelos governos federal e estadual, mas é direito de todas as cidades decretarem até quatro feriados anuais. O 20 de novembro – Dia da Consciência Negra – já foi instituído em aproximadamente 800 municípios brasileiros. No Estado de São Paulo, cidades como Campinas, Amparo, Itú, Hortolândia, Jundiaí, Limeira, Piracicaba, Sumaré e Valinhos transformaram o 20 de novembro no Dia da Consciência Negra. Em Indaiatuba temos apenas três feriados municipais.
VÁRIOS MUNICÍPIOS JÁ ADOTARAM: AGORA É A VEZ DE INDAIATUBA APROVAR!
Homenagear o líder negro Zumbi dos Palmares significa rememorar a sua resistência e luta contra a escravidão e a exploração do povo negro. Não há nada que impeça a declaração do feriado e a valorização da vida e da luta, que é um símbolo nacional da resistência contra a exploração.
QUEM FOI ZUMBI DOS PALMARES
Zumbi nasceu no ano de 1655 na Serra da Barriga, que fica na Capitania de Pernambuco, atual União dos Palmares (Estado de Alagoas). Foi capturado e entregue a um missionário português quando tinha aproximadamente seis anos. Como forma de opressão à cultura africana, Zumbi foi batizado com o nome de ‘Francisco’, recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar das inúmeras tentativas de assimilação cultural, Zumbi escapou em 1670 e, com quinze anos, retornou à Serra da Barriga. Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos vinte anos.
Por volta de 1678, o governador da Capitania de Pernambuco, cansado do longo conflito com o Quilombo de Palmares, se aproximou do líder de Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de paz. Foi oferecida a liberdade para todos os escravos que fugiram se o quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa. A proposta foi aceita pelo líder, mas Zumbi a rejeitou e desafiou a liderança de Ganga Zumba. Prometendo continuar a resistência contra a opressão portuguesa, Zumbi tornou-se o novo líder do Quilombo de Palmares.
Quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi chamado para organizar a invasão do Quilombo de Palmares. Em 06 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares foi destruída e Zumbi ferido. Apesar de ter sobrevivido, foi traído por Antonio Soares, e surpreendido pelo capitão Furtado de Mendonça em seu reduto (talvez a Serra Dois Irmãos). Apunhalado, resiste, mas é morto em 20 de novembro de 1695. Zumbi teve a cabeça cortada, salgada e levada ao governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.
Fonte: FONSECA Júnior, Eduardo. Zumbi dos Palmares, A História do Brasil que não foi Contada. Rio de Janeiro: Soc. Yorubana Teológica de Cultura Afro-Brasileira, 1988. 
465 p.

*Cortesia do texto: Gabinete do vereador Derci de Lima


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