quarta-feira, 22 de maio de 2013

Casarão Pau Preto será reformado com iniciativa de construtoras que fazem obras em seu entorno


O prefeito Reinaldo Nogueira (PMDB) reuniu a imprensa na manhã de quarta-feira (22) para anunciar a parceria com as empresas Exsa Desenvolvimento Urbano e Congesa Engenharia e Construções para a reforma e restauração do conjunto histórico do Casarão Pau Preto. A obra, que incluirá a readequação do trânsito em frente ao prédio, terá um custo estimado de R$ 500 mil e previsão de ser concluída em seis meses.

O chefe do Executivo Municipal iniciou a coletiva à imprensa dizendo que, independente da polêmica que houve diante do assunto, a Prefeitura desde o início vem buscando meios para resolver o problema do Casarão. “Fomos buscar parcerias com empreendedores daquela região e hoje, com a ajuda da Exsa e da Congesa, estamos anunciando que faremos mais que uma simples reforma. Vamos fazer uma obra completa de recuperação, desde a estrutura até o telhado”, explica.

Reinaldo Nogueira informou, ainda, que a Exsa contratou a empresa Arquitetura de Terra – Projetos Responsáveis, especialista nesse tipo de restauro. A empresa vai elaborar um projeto de recuperação do prédio, considerando tanto os danos sofridos em função do incidente do rompimento da tubulação de água, quanto os demais problemas consequentes do desgaste natural do imóvel.

O diretor da Exsa, Durval Sombini, completou que o responsável pela empresa é o professor Eduardo Salmar, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). “Enquanto empreendedores da cidade, temos o compromisso de colaborar nesse trabalho e queremos fazer da melhor forma possível. Essa não é uma obra paliativa e sim de restauração, por se tratar de um prédio histórico, por isso estamos trazendo essa empresa para nos auxiliar. É a mesma empresa que está trabalhando na reconstrução da igreja da Igreja de São Luiz do  Paraitinga. Em quinze dias eles farão a apresentação do projeto com a técnica de restauro que será usada e o cronograma da obra”, completa Sombini.

O diretor da Congesa, Athos Mazoni, ressaltou que atendeu ao pedido do prefeito por entender que esse é um trabalho que ajudará a preservar a história da cidade. “Apoiamos essa iniciativa da Prefeitura em fazer mais que uma reforma do Casarão e acreditamos que a comunidade tem muito a ganhar com essa obra. Somos uma empresa da cidade e por isso também temos um compromisso com a comunidade onde estamos inseridos”, resume.   

Paralelo a esse projeto de reforma do Casarão, as secretarias de Planejamento Urbano e Engenharia e de Obras e Vias Públicas, em conjunto com o Pró-Memória, também elaboraram um projeto para adequação do espaço que hoje é utilizado para a Reserva Técnica do Museu, os sanitários e o carroçário.

O presidente do Pró-Memória, Antonio Reginaldo Geiss, agradeceu o prefeito e os empresários parceiros na obra e avisou que a reforma vai solucionar outros problemas do Casarão como a questão dos banheiros e até mesmo do paisagismo.

Obras

Conforme informou o superintendente da Fundação, Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus, durante a coletiva à imprensa, todas as obras de reforço nas fundações do prédio já foram executadas.

Essa nova etapa de obras do Casarão deverá incluir recuperação dos revestimentos internos e externos das paredes, que foram danificados; revisão de toda a cobertura, incluindo telhas, madeiramento e calhas; instalação de manta de subcobertura; revisão das instalações elétricas; pintura geral; construção de sanitários; adequação do anexo para receber de maneira adequada a reserva técnica do museu; construção do carroçário e recuperação de pisos danificados.  

Pela parceria, a Prefeitura vai custear o material necessário para a reforma e as empresas Exsa e Congesa ficarão responsáveis pela execução de todos os serviços, inclusive a contratação de um especialista para assessoria e acompanhamento das obras. Somente essa etapa deve receber um investimento aproximado de R$ 300 mil.

A obra de readequação viária da rua Pedro Gonçalves também foi anunciada pelo prefeito Reinaldo Nogueira. Conforme acordo feito com a Fundação Pró-Memória, em frente ao Casarão a via terá o leito estreitado para que haja somente circulação de veículos leves. Com isso será possível a criação de um boulevard em frente ao prédio. “Com esta medida, vamos diminuir o trânsito local, que é uma preocupação da Fundação, e também criar uma área de convívio em frente ao edifício histórico”, completa o prefeito.

Para essa fase de obras as empresas parceiras vão custar o material e a Prefeitura, por intermédio da Secretaria de Obras e Vias Públicas, ficará responsável pela mão de obra.

Foto: Eliandro Figueira  SCS/PMI


segunda-feira, 20 de maio de 2013

Fundação Pró-Memória no Facebook

A Fundação Pró-Memória de Indaiatuba está no Facebook.

No endereço www.facebook.com/FundacaoProMemoriaDeIndaiatuba  o público pode conferir a programação e as novidades da instituição, voltada para a preservação do patrimônio histórico da cidade.

“Ficamos satisfeitos em oferecer a população mais este canal de comunicação em uma rede social que hoje é bastante acessada por todos”, destaca o superintendente da Fundação Pró-Memória Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus.
 
“Além do nosso site www.promemoria.indaiatuba.sp.gov.br moradores e visitantes agora dispõem desta alternativa para acompanhar nossas atividades, enviando também comentários e sugestões”, completa, convidando a todos a conferir e curtir a nova página.
 
Entre as atividades da Fundação Pró-Memória estão a publicação sistemática de livros de memórias e histórias sobre a cidade, eventos culturais, seminários e cursos sobre patrimônio, políticas públicas, história e arquivística.

Realiza ainda o Prêmio Nabor Pires de Camargo, em homenagem ao clarinetista indaiatubano, cuja memória e obra são revividas a cada ano em um concurso de música instrumental e uma semana de noites musicais.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Fundação Pró-Memória apresenta catálogo de periódicos da hemeroteca

Até que enfim!
 
Sinto minha alma lavada.
 
Chegou o dia em que a Fundação Pró-Memória começa (apenas começa, pois há muito a ser feito ainda) a abrir o seu arquivo para o seu verdadeiro dono: o público.
 
Aquele público que tantas vezes foi lá e deu com a cara na porta e mandou inúmeros e-mail´s (todos eles guardados) para este blog, pedindo minha ajuda, que muitas vezes obviamente não pude dar.
 
Mas a satisfação não é só minha, como historiadora, cidadã, usuária do arquivo, pesquisadora e também Conselheira da Fundação, é de toda a equipe, que parte dela - a antiga - compartilha poder - só agora, executar esse trabalho que tem forma de "obtenção de conquista".
 
E parte dela - a nova - alegra-se por chegar e, EM TÃO POUCO TEMPO, conseguir fazer. Afinal, QUAL ERA A DIFICULDADE?
 
Pela satisfação de todos, tomo a liberdade de transcrever o texto deles, da equipe que merece o mérito e nossos "parabéns":
 
 

Catálago Hemeroteca


 CATÁLOGO DE PERIÓDICOS DA HEMEROTECA DO ARQUIVO PÚBLICO MUNICIPAL “NILSON CARDOSO DE CARVALHO”
 
 
É com grande satisfação que a Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, por meio do Arquivo Público Municipal “Nilson Cardoso de Carvalho” apresenta ao público o Catálogo de sua Hemeroteca.
 
Acumulada e preservada ao longo do tempo, a Hemeroteca é composta por mais de cem títulos de periódicos que circularam na cidade de Indaiatuba entre o início do século XX até os dias de hoje. Além de periódicos da região, o acervo conta, também, com publicações das principais capitais do país, contendo acontecimentos relevantes da história contemporânea brasileira.
 
Fontes privilegiadas para o pesquisador, os periódicos trazem as mais diversas possibilidades de análise da escrita da história, apresentando visões, opiniões e conceitos que demonstram suas influências, ideologias e posicionamentos de uma época.
 
Desse modo, o catálogo possibilitará o acesso às diversas informações relevantes das publicações como: estado de conservação, exemplares disponíveis, sua periodicidade e a descrição de conteúdos. Portanto, sua disponibilização objetiva facilitar a pesquisa, democratizando o acesso à informação e facilitando in locco a consulta do usuário ao conteúdo de nossa Hemeroteca.
 
Equipe de trabalho:
 
 Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus
Superintendente da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba
 
Thais Jeronimo Svicero
Diretora do Arquivo Público Municipal “Nilson Cardoso de Carvalho”
 
Denise Aparecida Soares de Oliveira
Arquivista da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba
 
Rodrigo Félix Pereira
Funcionário da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba
 
Estagiários:
Cassiano Abílio Amaral dos Ramos
Luís Augusto Gomes Rodrigues
Mariane Caroline Cunha
Raquel de Souza
 
Conselho Administrativo da Fundação Pró-Memória
 

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Lembranças da minha infância

Selma Maria Domingues El Hage
Passei toda a minha infância na casa da Rua Bernardino de Campos, esquina com a Rua 9 de Julho, palco de muitas diversões, brincadeiras, brigas, rivalidade, enfim tudo o que fazia parte do desenvolvimento das crianças saudáveis dos anos 60.  Hoje, ao remexer alguns papéis amarelados na casa de minha mãe, essas lembranças invadiram meus pensamentos. Revivi os antigos amigos, quintais, brincadeiras, cores, cheiros. Que saudade!

Ao lado esquerdo de minha casa morava a família do Dr. Pedro Maschietto. O seu consultório ficava em sua casa e por isso ele atendia as pessoas a qualquer hora do dia ou da noite. Em seguida tinha a casa da Dona Nica onde no quintal ela e seu marido cultivavam verduras e ervas como poejo, levante, guaco, hortelã, quebra-pedra... Quando alguma criança ficava doente minha mãe nos mandava à horta para buscar um macinho das ervas que se transformavam  num xarope  poderoso que levava mel. Até os meus filhos tomaram esse elixir milagroso.

Na esquina da frente morava a família da Candelarinha e lá num quintal imenso (pelo menos foi assim que ficou gravado na minha memória de menina de 6 anos), ela e suas tias  matavam os frangos  para o  almoço de domingo cortando os pescoços e soltando  os bichos pela terra . Traumático? Sabe que não? Esse era o costume, já que os frangos eram criados soltos e ciscando milho e bichinhos ou eram comprados vivos na feira do Randolfo.  Nessa casa também morava a Zabé,  figura folclórica da cidade que não usava sapato de jeito nenhum, andava com pequenos passinhos  e adorava tomar uma branquinha, derramando um pouco pro Santo!

Já do lado direito, no meio da quadra havia a Igreja Presbiteriana com seu enorme pátio, local preferido para as brincadeiras das crianças da vizinhança, e, atravessando a rua, a casa do Sr Waldemar Giomi  onde hoje é a residência do Sr Reginaldo Geiss. Lá, a jabuticabeira de mais de 50 anos do quintal tinha galhos tão grandes que cada menina se alojava confortavelmente com sua boneca fazendo uma casinha. Parecíamos andorinhas nos seus ninhos.

Na esquina da Rua Bernardino com a Pedro de Toledo havia o Bar do Álvaro onde comprávamos tabletes de diamante negro, bombons sonho de valsa e cigarrinhos de chocolate Pan.  Na outra esquina o famoso Bar da Pina que nos finais de semana promovia na varanda da casa, rodadas de tômbola. Minha tia Adele Milani Pucinelli adorava jogar e me levava com ela. Eu brincava com as sementes de Birí que eram usadas para marcar as cartelas e com as latinhas que serviam de fichas. Aliás, o quintal da minha tia na Rua Pedro de Toledo era um dos meus lugares preferidos, com árvores frutíferas e seus famosos quitutes com sabor e cheiro indescritíveis, como por exemplo, o suco de frutas com pitanga. Meu tio, Athaíde Pucinelli era um contador de histórias nato e me encantava ouvi-las. Admirava-me também as simpatias que ele fazia com folhas de cactos. Desenhava o contorno dos pés do doente na folha de cactos, fazia uma reza e colocava as folhas penduradas para secar. Não sei para que servia, mas acho que curava...
A menina Selma com o tio Athaíde Pucinelli, o "contador de histórias".
Acervo da família.


As meninas da rua eram na maioria mais velhas do que eu: minha irmã Sonia, Maria Edith Giomi e sua irmã Márcia, minha prima Waldinha Stocco, a Beth Cardeal, entre outras. Eu adorava ficar atrás delas que me chamavam de rabicho. Mas havia também as pequeninas como a Maria Cecília Civelli que era a vizinha da Rua 9 de Julho.
As meninas Selma e Maria Cecília, no quintal da casa de Maria Cecília
Acervo da família.

As brincadeiras eram na rua e variavam durante o ano: Havia, por exemplo, campeonato de bambolê na frente na igreja. Ficava uma porção de crianças com os bambolês coloridos demonstrando suas habilidades “rebolativas”, era sensacional. Outra vez era a onda dos patins, brinquedo que nunca dominei e nunca tive. As tentativas eram sempre com patins alheios e claro que o número nunca era o meu. Pensando bem, talvez fosse esse o problema...

As pernas de pau eram outra sensação!  Fazíamos com caibros de madeira com um suporte para colocar os pés. Os mais destemidos faziam os suportes mais altos.  Claro que  os joelhos ralados faziam parte do nosso dia a dia, assim como os dedões com a tampa levantada. Só de pensar sinto a dor. O pior era chegar em casa e aguentar o algodão embebido em guaçatonga, uma infusão de folhas com álcool de cor verde escura que meu pai preparava e passava em tudo: arranhões, picadas de vespa, galo na testa  e joelhos em carne viva. Só de lembrar sinto o cheiro inconfundível e a dor ardida de chorar.

Os carrinhos de rolimã também faziam parte da sequência de brincadeiras e as descidas da Rua Nove de Julho em direção ao Pontilhão e a da Rua 13 de Maio eram as mais requisitadas para os campeonatos de velocidade e manobras radicais. Disso eu tinha muito medo e nunca participei, pois essas brincadeiras eram de muito perigo. Só ficava na apreciação e na torcida.

Também me recordo das fases de pular corda. Valia desde a “salada saladinha”, “foguinho” até pular com duas cordas batidas ao mesmo tempo. Ótimo exercício para a coordenação motora.

Passar barbante era muito gostoso, passar anel, lencinho atrás, bolinha de gude, bater bafinho, telefone sem fio...quem se lembra  de mais?

Subíamos em árvores, escalávamos muros, subíamos nos telhados, jogávamos bola, queimada, brincávamos de tudo, com todos e fazíamos os nossos próprios brinquedos, pois não havia dinheiro sobrando para comprar e nem a variedade que temos hoje. 

Como brincávamos na rua e nos quintais alheios, de vez em quando uma mãe saía no portão e gritava: - Fulano! Já pra casa tomar banho!  E o menininho suado e encardido de tanto deitar e rolar obedecia na hora, porque naquele tempo os pais mandavam e as crianças obedeciam...


Selma e as amiguinhas, na Rua Bernardino de Campos, na década de 1960.
Acervo da família

Saudosista, eu? Claro que não! Gosto do meu presente e da maneira como criei e eduquei meus filhos. 

Só sinto pelas crianças de hoje em dia que recebem tudo pronto e mastigado. O lazer, o esporte e as brincadeiras são realizados em lugares específicos, fechados, com hora marcada e programada e a criatividade, as habilidades naturais e a experiência de compartilhar e conviver com crianças de qualquer nível social e cultural ficaram praticamente impossíveis. E os quintais? Ah, que pena....esses quase não existem mais...

Sorte minha que vivi essas experiências incríveis e ainda posso recordar!

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