quinta-feira, 4 de junho de 2009

Viracopos: Expansão Prejudicial


texto original de Edmilson Siqueira


Está cada vez mais complicado fazer a expansão de Viracopos pelo novo projeto, tão promovido pelo prefeito de Campinas “doutor” Hélio de Oliveira, e que causa um enorme prejuízo social e ambiental.
É bom que se frise que o projeto anterior que desapropriaria cerca de 30 mil famílias, não atingira o meio ambiente nem pessoas que viviam do cultivo sustentável da terra. Pelo contrário: as áreas que foram alvo de enorme especulação imobiliária e onde se criaram alguns bairros – com muitas casas assentadas em lotes clandestinos – no entorno de Viracopos, nada mais oferecem em termos de conservação ambiental.
O projeto inicial previa indenizar todas essas famílias para que elas abandonassem a região. Com o dinheiro da indenização poderiam comprar casas em outros locais. A mudança do projeto atendeu a um interesse meramente eleitoreiro do atual prefeito: na ânsia de buscar votos entre aquela população ele prometeu que os bairros não seriam atingidos pela expansão de Viracopos.
E conseguiu que a mudança fosse maior ainda que a prevista e atingisse o outro lado: dezenas de sítios, chácaras e fazendas dentro de uma área explorada de modo sustentável, sem prejudicar o meio ambiente e cheia de construções centenárias que deveriam se tombadas pelo patrimônio histórico, não só pela preservação arquitetônica, mas porque também constituem testemunho da chegada de duas importantes colônias européias que ali se estabeleceram.
Não bastassem essas razões para impedir a degradação dessa região, há ali ainda inúmeras nascentes, vários córregos e trecho importante do Rio Capivari Mirim, que abastece Indaiatuba e é afluente do Capivari que abastece 10% da população de Campinas. Sem contar que se trata da última porção ainda conservada do bioma Cerrado.
Na semana passada uma audiência pública em Indaiatuba sobre o EIA-Rima da expansão de Viracopos teve inúmeros pronunciamentos contra as obras do modo como elas estão colocadas. E Campinas, na audiência pública realizada na Câmara, as vozes contra o projeto forma em número muito maior que as favoráveis, com argumentos consistentes, diga-se.
Agora, através do Correio Popular, fico sabendo que a Defensoria Social entrou com um recurso junto ao Conselho Estadual de meio Ambiente – Consema – pedindo o cancelamento dos procedimentos para a concessão da licença ambiental que vai permitir as obras de expansão do aeroporto. É mais um round da luta contra o projeto que abrange agora uma área absurdamente grande e um round dos mais importante. Entidades sérias que fogem um pouco das reivindicações exclusivamente ambientais também estão vendo o enorme prejuízo ambiental que a expansão vai causar.
De resto, parece que a sociedade, de modo geral, está se organizando para impedir que o projeto – fruto do delírio eleitoreiro de um candidato que se elegeu – se sobreponha à necessária conservação ambiental. A vitória nessa luta significará a escolha de uma dessas duas soluções: muda-se o atual projeto diminuindo a distância entre as pistas dos três quilômetros previstos para menos de um quilômetro ou volta-se ao projeto original, indenizando as famílias todas que terão de sair da região.
Se a opção for a primeira (ou se for mantido o projeto como está), há ainda um problema sério: a poluição sonora e ambiental que o grande movimento do aeroporto previsto para breve vai causar, causará grande sofrimento às pessoas que vivem por ali. E o Estado terá de pagar tratamentos médicos diversos para curar o stress causado pelo barulho e as doenças pulmonares que advirão da poluição ambiental, já que aviões decolando despejam uma enorme carga de gases poluente no ar.
Enfim, o novo projeto de Viracopos foi um das mais desastradas ações que um político pode enfiar goela abaixo de uma cidade.
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Caro amigo Edmilson, "desastroso" não foi apenas a ação do doutor Hélio.
Destastrosa também foi a declaração do prefeito de Indaiatuba, Reinaldo Nogueira, sabiamente retratada na charge abaixo, publicada no Jornal Tribuna de Indaiá, na edição de sábado (30/05/2009)

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